Blog

12set, 17

Artigo analisa a relação da infecção com ZIKA e a Artrogripose

Artigo estudado pelo grupo de ortopedia pediátrico da SBOT analisou a relação da infecção pelo Zika vírus e o aparecimento de Artrogripose.

Vale à pena conferir.

https://portalsbot.org.br/artigo-do-mes/box-1-08-2017/

Congenital Zika syndrome with arthrogryposis: retrospective case series study (Síndrome Congênita do Zika Vírus com Artrogripose: Estudo Retrospectivo de uma Série de Casos)

OBJETIVO
Descrever os aspectos clínicos, radiológicos e eletromiográficos em uma série de crianças com contraturas articulares (artrogripose) associadas a infecção congênita presumivelmente causada pelo vírus Zika.
MATERIAL E MÉTODO
DESENHO: Estudo retrospectivas de série de casos.
LOCAL: Associação de Assistência à Criança com Deficiência, Pernambuco, Brasil.
PARTICIPANTES: Foram avaliados sete pacientes com Artrogripose com diagnóstico de infecção congênita presumivelmente causada pelo vírus Zika durante a epidemia brasileira de microcefalia.
Os pacientes foram submetidos a exames clínicos, radiológicos e eletromiográficos. Os achados desses exames foram avaliados e correlacionados como sendo decorrente das prováveis alterações neurológicas primárias.
Cinco das crianças foram submetidas a tomografia computadorizada cerebral (TC) e ressonância magnética (MRI) e em dois pacientes foi realizado apenas TC. Todas as crianças foram submetidas a ultra-sonografia de alta definição das articulações e eletroneuromiografia dos membros inferiores, superiores e região torácia.
RESULTADOS
As imagens cerebrais de todas as sete crianças eram características de infecção congênita e artrogripose. Duas crianças tinham sorologia positiva (IgM) para o vírus para Zika no líquido cefalorraquidiano. As contraturas articulares estavam presentes nos membros superiores e inferiores em seis(86%) crianças e nas apenas nos membros inferiores em uma(14%) criança (figura 1). Os exames de imagens demostraram luxação bilateral dos quadris em sete crianças, subluxação do joelho associado ao geno valgo em três (43%) crianças, sendo bilateral em dois (29%) pacientes (figura 2). A ultra-sonografia de alta definição das articulações não mostrou nenhuma evidência de anormalidades articulares primárias. Foram encontrados sinais moderados de remodelação das unidades motoras e um padrão de recrutamento reduzido na eletromiografia de agulhas (monopolar). Todas apresentaram malformações do desenvolvimento cortical, calcificações predominantemente no córtex e na substância branca subcortical (especialmente na junção entre o córtex e a substância branca), redução no volume cerebral, ventriculomegalia e hipoplasia do tronco encefálico e cerebelo. A RM da coluna vertebral em quatro crianças mostrou redução do diâmetro da medula e das raízes ventrais, principalmente da região torácica.

CONCLUSÕES
A síndrome congênita do Zika deve ser considerada no diagnóstico diferencial das infecções congênitas e em outras causas de Artrogripose. A artrogripose não estava relacionada com alterações miopáticas, mas era possivelmente de origem neurogênica, com comprometimento crônico dos neurônios motores centrais e periféricos, levando a deformidades articulares decorrentes de posturas fixas durante a gestação. Com base nas observações neurofisiológicas, sugerimos dois mecanismos possíveis na Síndrome Congênita do Zika Vírus: o tropismo dos neurônios, com envolvimento de neurônios motores periféricos e centrais, ou uma relação com alterações vasculares durante a gestação.

https://portalsbot.org.br/artigo-do-mes/box-1-08-2017/

Wordpress Social Share Plugin powered by Ultimatelysocial
error: Content is protected !!