Na mais recente edição da revista da Federação Internacional das Sociedades de Cirurgia da Mão (IFSSH) saiu publicado um artigo de revisão sobre as fratura-luxação dos dedos. O artigo ressalta que essa é uma lesão muitas vezes subestimada e tratada como um simples entrose.
As falanges são os ossos da mão, e é o local mais de fratura nos adultos, perfazendo cerca de um terço de todas as lesões. Isso ocorre pela exposição da mão nas tarefas do dia-a-dia e pelo seu uso na defesa de órgãos vitais durante os acidentes.
As fraturas na mão podem ocorrer por trauma direto sobre a mão ou por movimentos de torção.  Pode-se quebrar a mão ao esmagar um dedo em uma porta, ou torcer um dedo em um esporte com bola. Lesões no trabalho, como acidentes com serra ou ferramentas, também são causas frequentes de fraturas.

O diagnóstico da fratura é feito através do exame físico. O paciente apresentará sintomas, como dor, edema hematoma e deformidade no local da lesão. Pode haver incapacidade total ou parcial de movimentar os dedos. Algumas fraturas não deslocadas permitem que o paciente tenha toda a mobilidade da mão. Então o pensamento que se está mexendo a mão é sinal que não quebrou, não é regra.
O médico especialista em cirurgia de mão pode tratar a fratura da mão sem cirurgia. Às vezes pode ser necessário colocar o osso na posição correta, antes da colocação do gesso. A mão será imobilizada com gesso ou órtese (tala removível), que irá proteger o local da fratura e permitir certa mobilidade, diminuindo o risco de rigidez e inchaço. Os dedos próximos ao local da fratura também podem ser imobilizados, aumentando a estabilidade. A grande maioria das fraturas na mão consolidam entre 3 e 4 semanas, período que o paciente irá usar o gesso.
A indicação de cirurgia depende do tipo de fratura e do deslocamento. Como regra geral fraturas que afetam a articulação e que apresentam deslocamento, mesmo que pequeno, devem ser fixadas com cirurgia. Para a fixação das fraturas pode-se fazer uso de pinos lisos, chamados de Fios de Kirschner, parafusos ou placas. Cada um deles apresenta uma indicação específica. Na maioria das vezes os pinos podem ser inseridos sem abrir o local da fratura. Isso tem vantagem por diminuir o trauma nos tecidos locais, evitando a piora do edema e rigidez. Por outro lado, o uso de placas e parafusos necessitam que a fratura seja observada de forma direta e tem a vantagem da sua fixação ser mais rígida e estável, permitindo o movimento sem aumentar o risco da fratura deslocar. Tanto nos casos de tratamento conservador (com gesso) quanto nos casos operados, fisioterapia, na maioria das vezes, só é indicada após a consolidação óssea. O que facilita no caso dos pacientes submetidos à cirurgia é que a consolidação ocorre num curto período de tempo.
A reabilitação deve ser realizada por um terapeuta de mão capacitado e tem como objetivo a recuperação completa da função (força, sensibilidade e mobilidade).