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6maio, 18

Polidactilia Ulnar ou Duplicação do quinto dedo da mão

A polidactilia ulnar, também chamada de pós-axial, é a mais comum das polidactilias, sendo que algumas estatísticas a consideram a mais comum das alterações congênitas da mão. Sua incidência é oito vezes mais comum que os outros tipos de polidactilias. Tem uma incidência variável entre as raças, sendo estimada em um para 300 nascidos vivos em negros americanos e um para 3000 nascidos brancos. Essa incidência maior na raça negra é devido aos casos de polidactilia peduncular (Tipo B de Temtamy). Nos casos de polidactilias bem formadas (Tipo A – FOTO) a incidência é semelhante entre as raças. Trabalhos estatísticos mostrando a sua real incidência são prejudicados pelo tratamento no pós-parto, no próprio berçário.

Diferente das polidactilias pré-axiais, as pós-axiais são geralmente bilaterais, sendo comum a associação com polidactilias dos pés e sindactilias. A polidactilia pós-axial em brancos sem história familiar pode estar associada a alterações cromossômicas ou síndromes.

A classificação mais usada é de Temtamy e McKusick: A: Polidactilia bem desenvolvida, que se articula com o quinto metacarpo ou possui metacarpo extra próprio, com articulação independente; B: Pedunculado, pequeno com uma conexão de pele e um pedículo. Não apresenta conexão óssea ou tendinosa, e não apresenta unha. O tipo A é herdado por um traço autossômico dominante com alta penetrância. Já o tipo B é caracterizado pela presença de dois genes de penetrância incompleta. Sendo assim pacientes do tipo A pode gerar filhos com alterações do tipo A ou B, e do tipo B tem filhos apenas do B.

A polidactilia pós-axial é uma alteração que raramente alteram a função da mão, porém por razões sociais, sempre se indica o tratamento cirúrgico. Somente os casos de polidactilia pós-axial do tipo B (pedunculares) é que podem ser tratados com a simples ressecção após o nascimento. Infelizmente mesmo as lesões do tipo B podem causar sequelas. O procedimento de suturar o pedículo causando a lenta necrose do dedo, pode causar infecções, hemorragias e formação de neuroma do nervo digital. Tal procedimento também gera o risco de permanência de uma saliência de pele na base do dedo, com tamanho variável. Além disso, a simples ligadura do pedículo pode fazer que o dedo demore até 30 dias para necrosar e cair. Assim, recomenda-se o tratamento com a ressecção através de uma incisão elíptica devendo ser feita de maneira longitudinal, na junção das peles glabra e não. Deve-se cuidar para cauterizar o feixe vásculo-nervoso, evitando complicações.

Já a polidactilia pós-axial do tipo A é uma lesão mais complexa que necessita o uso de técnica cirúrgica semelhante a das duplicações pré-axiais. O procedimento deve ser feito entre os 12 e 24 meses de idade, dando-se preferência em amputar o dedo mais ulnar. Assim como na polidactilia pré-axial, os retalhos de pele devem ser realizados em zigue-zague, quebrando uma possível cicatriz linear, evitando, assim, a retração cicatricial. Durante o procedimento, deve-se transferir a inserção do Abdutor do Quinto Dedo (AQD) da borda ulnar do dedo extranumerário para a base da falange proximal do dedo remanescente. Também deve ser feita a reinserção do ligamento colateral ulnar metacarpo-falangiano, que será fixado juntamente com um pequeno fragmento ósseo e uma fita de periósteo. Nos casos em que há alargamento da cabeça do quinto metacarpo, essa necessita ser estreitada, através da realização de uma osteotomia que acompanha o sulco que a divide. A cabeça apresenta a forma de “M” quando observada de cima.

A principal complicação pós-cirurgia dos pacientes do tipo A é o desvio ulnar do quito dedo, que pode ser causada pelo excesso de tensão na reinserção do AQD ou do ligamento colateral, ou também por retração da cicatriz.

 

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Mais informações sobre Alterações congênitas na Mão em: http://www.ricardokaempf.com.br/services/alteracoes-congenitas-da-mao/

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